domingo, 21 de março de 2010

Dia Mundial da POESIA

"Há palavras que fazem bater mais depressa o coração. Todas as palavras, uma mais que outras, qualquer mais que todas. Conforme os lugares e as posições das palavras, segundo o lado do sol, ou do lado onde não dá o sol. Cada palavra é um pedaço que falta ao universo".
Almada Negreiros

Neste dia da Poesia, faço minhas as palavras de Eugénio de Andrade, proferidas ao jornal Público em 21 de Junho de 2001, “Peguem num poema e leiam-no. Não é preciso mais nada.”

A rosa e o mar

Eu gostaria ainda de falar
da rosa brava e do mar.
A rosa é tão delicada,
o mar tão impetuoso,
que não sei como os juntar
e convidar para o chá
na casa breve do poema.
O melhor é não falar;
sorrir-lhes só da janela.
Eugénio de Andrade

quarta-feira, 17 de março de 2010

Da leitura do texto icónico à expressão escrita

“O contacto com o texto icónico de qualidade, facilitado pelo livro de literatura infantil, potencia o olhar crítico e introduz a criança em novas visualidades, permitindo-lhe mesmo o desenvolvimento da sua competência icónica e de uma cultura visual cada vez mais ampla, que lhe permitirá activar e actualizar os seus conhecimentos intericónicos”.
Ângela Barça

Partindo do livro "Onda", de Suzy Lee , alertamos para a importância que a linguagem icónica manifesta, possibilitando ao leitor uma construção plurissignificativa, contribuindo assim para a formação de leitores literários competentes.
A referida obra foi apresentada aos alunos com a ocultação do título, para que, com base na ilustração, fossem autores e ilustradores da história que a leitura das imagens lhes tinha sugerido. Para efectuar esta actividade, foi distribuído a cada aluno um “livro”, onde deviam escrever a interpretação que tinham feito do texto icónico previamente apresentado.
No final, foram partilhadas as várias histórias e confrontados os vários títulos com a obra que fora objecto desta
tarefa.

Os alunos da turma CR8 do 4.º ano

segunda-feira, 15 de março de 2010

O Pai de Pablo Neruda

                     O Pai



Terra de semente inculta e bravia,
terra onde não há esteiros ou caminhos,
sob o sol minha vida se alonga e estremece.

Pai, nada podem teus olhos doces,
como nada puderam as estrelas
que me abrasam os olhos e as faces.


Escureceu-me a vista o mal de amor
e na doce fonte do meu sonho
outra fonte tremida se reflecte.


Depois... Pergunta a Deus porque me deram
o que me deram e porque depois
conheci a solidão do céu e da terra.


Olha, minha juventude foi um puro
botão que ficou por rebentar e perde
a sua doçura de seiva e de sangue.


O sol que cai e cai eternamente
cansou-se de a beijar... E o outono.
Pai, nada podem teus olhos doces.


Escutarei de noite as tuas palavras:
... menino, meu menino...

E na noite imensa
com as feridas de ambos seguirei.


Pablo Neruda, in "Crepusculário"
Tradução de Rui Lage

sexta-feira, 12 de março de 2010

A intertextualidade na literatura infantil / "Um lobo culto"

“(...) todo texto se constrói como mosaico de citações, todo texto é absorção e transformação de um outro texto.” (KRISTEVA, 1974, p. 64).
Como diz Koch (2004, p.145), essa “(inevitável) presença do outro naquilo que dizemos ou escrevemos”, ou seja, a intertextualidade, é um recurso argumentativo que pode estar explícito ou implícito, mas que certamente requer a ativação do texto-fonte na mente do leitor no intuito de orientar a compreensão daquilo que se lê.
Tendo como ponto de partida a activação dos conhecimentos intertextuais dos alunos, quer sobre os contos tradicionais, quer sobre a figura do lobo(o seu papel, os seus hábitos, as suas características), este foi o mote para a exploração do livro "Um lobo culto", que se revelou de grande interesse e do agrado de todos os alunos.

Um Lobo Culto-Actividades

terça-feira, 9 de março de 2010

A ÁRVORE DOS ABRAÇOS

Foi com a imagem de um grupo de cinco meninos, muito atentos à leitura de um livro, que começou a motivação para a aula.
Que estarão os meninos a ler?
Será a história da Alice no País das Maravilhas? Será a do Pinóquio? Talvez seja a do Peter Pan ...ou, quem sabe, ...a do Principezinho.
Não; não é nenhuma delas.
É a história da ÁRVORE DOS ABRAÇOS.

Antes da leitura do texto:

Com base nas imagens presentes no livro, os alunos fizeram uma antevisão do conteúdo. Criaram a sua história que, por sinal, se aproximou da real em vários pontos.

Durante a leitura:

A história começa assim (tal como muitas outras).
ERA UMA VEZ ...
ÁRVORE DOS ABRAÇOS - uma árvore igual a e diferente de todas as outras.
Uma árvore com raíz, caule, folhas, .... e com sentimentos.
Uma árvore capaz de abraçar, de acarinhar, de embalar, de minimizar a falta de uma mãe.
Uma árvore capaz de abrir os braços a todos os que nela procuravam abrigo.
Uma árvore que, pela sua atitude, conseguiu juntar todos os que amparou para agirem em sua defesa.
Uma árvore que, se fosse imitada por todos os humanos, conseguiria que no mundo fôssemos todos verdadeiramente irmãos.
Uma árvore tão simpática que deixou as crianças da turma suspensas enquanto ouviam a professora ler.
E, por fim, uma árvore que como a natureza manda, morreu de pé.
Depois da leitura:
Os alunos, em grande grupo, resolveram uma Ficha de compreensão mediante a selecção, entre várias respostas fornecidas, da resposta correspondente à pergunta formulada.
Para prolongar no tempo, os alunos vão construir a árvore dos seus abraços a livros e a colegas, amigos, familiares, ... ao outro.
Cada livro lido, uma flôr; cada atitude louvável uma folha. Será que estes meninos vão demorar muito a vestir a sua ávore?

Vamos esperar para ver e comentar.

UM ABRAÇO PARA TODOS OS QUE VIREM ESTE BLOG.

Adivinha Quanto Eu Gosto de Ti

Os livros de literatura Infantil permitem a conjugação entre os códigos escrito e icónico, o que possibilita à criança, mesmo que não saiba ainda decifrar todas as palavras, “múltiplos olhares e interpretações plurais sobre os textos, fundamentais para o desenvolvimento cognitivo da criança e para o desenvolvimento do seu espírito crítico”.
Ângela Barça (2007)
Através da observação das imagens do livro “Adivinha quanto eu gosto de ti” de Sam McBratney, os alunos foram falando, interpretando, construindo “a sua história”.
Simultaneamente, a professora ia registando no quadro as interpretações que os alunos iam fazendo.
No final, foi-lhes lida a história e eles puderam confrontar a sua leitura com a do autor.
Seguidamente, em conjunto reflectiram sobre as várias formas de gostar, que foram registadas num cartaz em forma de coração.
Servindo-se das palavras escritas os alunos escreveram pequenas frases em corações mais pequenos dedicados a alguém de quem gostam, sendo, posteriormente, colados no cartaz em forma de coração, designado da amizade e dos afectos.
No final escutarem o tema musical de André Sardet, “Adivinha quanto eu gosto de ti”, relacionando-o com a história ouvida.

domingo, 7 de março de 2010

A ovelhinha que veio para o jantar

À volta de uma história, surge a aula, surgem aulas, onde a língua portuguesa ganha cor.


Actividades antes da leitura:
Os alunos são convidados a fazer a ilustração da capa, partindo apenas do título do livro.
A professora mostra seguidamente a capa do livro que será analisada por todos a partir de uma ficha de trabalho, identificando nela o título, o nome do autor, o nome do ilustrador, a editora e o tipo de ilustração. Cada aluno fará depois a descrição da capa, manifesta uma opinião sobre o título da história e imagina como será a história, registando na ficha dada.
Partilhadas algumas das histórias criadas é feita a análise da contracapa, dando especial atenção à sinopse, comparando-a com as histórias que surgiram. Descobrem-se as informações contidas na lombada e faz-se uma apreciação global do livro.

Actividades durante a leitura:
Segue-se a leitura da história, por parte da professora. Durante a leitura, os alunos visualizam e descrevem as ilustrações, respondem a perguntas de previsão e análise, comentam a história ouvida e continuam a história aquando das pausas que a mesma permite, nomeadamente em expressões que se repetem.

Actividades após a leitura:
É distribuída uma ficha de trabalho que propõe uma análise da história, a caracterização da personagem principal e a descoberta de palavras sobre a história a partir de um crucigrama.

Foi uma aula de mistério, descoberta e consolidação. Tudo porque as estratégias de antes, durante e após a leitura, motivaram os alunos a manter o interesse pelas propostas lançadas, não desfazendo da beleza e das muitas possibilidades que a história (A ovelhinha que veio para o jantar) nos permite.

sábado, 6 de março de 2010

I Plenária Regional PNEP

Realizou-se mais uma Plenária Regional (núcleo de Bragança) no auditório da ESEB. Estiveram presentes os docentes a frequentarem o Programa Nacional de Ensino do Português (PNEP) de todo o distrito de Bragança,
A sessão começou com a intervenção da Coordenadora Distrital do PNEP, Dr.ª Dina Macias, dando as boas vindas a todos os docentes presentes no auditório. Intervieram também as entidades institucionais presentes, realçando o trabalho de todos os docentes, que tornam, assim, o sábado num dia útil.
Seguiu-se um momento musical, oferecido pelo departamento de Educação Musical da ESEB.
O momento seguinte foi preenchido pela conferência “TLEBS – O que é feito das palavras aglutinadas e justapostas?”, proferida pela Prof. Dr.ª Alexandra Soares Rodrigues (ESEB).
A docente conseguiu captar toda a assistência, ávida de receber informação nesta área em que as dúvidas proliferam. No final, a satisfação dos presentes era evidente, considerando, contudo, que tinha sido demasiado o número dos assuntos tratados para uma única sessão que, pelo seu interesse, resultou aparentemente muito breve para toda a assistência.
Na segunda parte, tiveram voz os Formadores Residentes dos Agrupamentos Augusto Moreno e Paulo Quintela de Bragança, Agrupamento de Carrazeda de Ansiães e Agrupamento de Escolas Luciano Cordeiro, fazendo a apresentação do posters elaborados, que reflectiam as práticas exercidas no âmbito da formação PNEP.
Como já foi referido, o nosso poster foi dedicado às TIC, mais concretamente aos Blogues PNEP: um recurso de partilha e aprendizagem.
Esta acção terminou com um almoço convívio entre todos os participantes envolvidos na Sessão Plenária.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Desenvolvimento da competência literária

"Já no século XIX surgiram obras, destinadas a crianças, que
se tornaram best sellers mundiais e ultrapassaram a barreira do
tempo. Ainda hoje são lidas ou pelo menos adaptadas para a
Banda Desenhada, Desenhos Animados, Cinema.
Andersen, Dickens, Condessa de Ségur, Júlio Verne,
Lewis Carroll, Mark Twain, Johanna Spyri, com a sua «Heidi»,
Stevensen, De Amicis, que fez chorar gerações sucessivas sobre
as páginas do «coração», Luisa May Alcott, Collodii cujo filhote
de madeira, a quem deu o nome de Pinóquio, continua vivo e de
boa saúde, sem poder mentir nunca por causa do nariz
."
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada

“Na criação de hábitos de leitura estáveis e na sedução do leitor, o texto literário desempenha um papel determinante. Assim, no domínio do literário devem ser seleccionados textos de «ontem» e de «hoje» (clássicos e contemporâneos); textos de «longe» e de «perto» (autores portugueses e estrangeiros) e textos de diferentes géneros.” (Programas de Português do Ensino Básico (2009:63)

Foi neste âmbito que trabalhámos a obra “O Aquário” de João Pedro Mésseder.

Actividades realizadas: